Dois pesos, duas medidas

Está na Veja desta semana:

Em velocidade incomum para os padrões morosos da burocracia brasileira, o Coaf (órgão que fiscaliza movimentações financeiras) forneceu em apenas três dias à PF todos os dados bancários de Francenildo Costa, o caseiro que revelara as idas do então ministro da Fazenda, Antonio Palocci, à mansão brasiliense na qual seus amigos de Ribeirão Preto faziam negócios. Isso foi em março passado, quando interessava ao governo o uso célere e eficiente dos instrumentos do Estado. Naquela ocasião, os dados bancários do caseiro vazaram ainda mais rápido, numa tentativa do governo petista de desmoralizá-lo. Não se vê tal rapidez e tal publicidade agora, na investigação sobre a origem dos 1.168.000 reais e dos 248.800 dólares usados pelo esgoto sindical do Partido dos Trabalhadores para comprar um dossiê falso contra o candidato do PSDB ao governo de São Paulo, José Serra. A lógica é apertar o pé no breque e proteger o governo de qualquer revelação comprometedora, como explicou na última sexta-feira, à sua maneira, o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos: "Não se pode condicionar uma investigação policial à lógica e ao tempo de uma campanha eleitoral. Não se pode prejudicar uma investigação para obter um efeito eleitoral".

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