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Mostrando postagens de fevereiro, 2007

Editorial do Estadão

POR QUE O MINISTÉRIO NÃO SAI 24.02, 12h28 Editorial do EstadãoA biografia do presidente Lula foi construída em cima de inúmeras verdades, mas entre elas definitivamente não está a história de que o torneiro mecânico, depois líder sindical, ao se mudar para a política, levou consigo o que seria um dos seus mais invejáveis atributos, desenvolvido nas negociações das quais foi protagonista como representante da sua categoria profissional junto ao patronato e ao poder público, nos tempos sombrios do regime militar. Falamos, portanto, da história do Lula negociador capaz. Mesmo que tenha sido isso quando dirigente de um dos grandes sindicatos operários da América Latina, o dos metalúrgicos do ABC paulista, desde que se tornou político não cessam de se empilhar evidências irrefutáveis de que Luiz Inácio Lula da Silva não gosta de negociar e nem sabe fazê-lo. A palavra, instrumento do entendimento, ele a prefere para o seu uso exclusivo, nos parlatórios e palanques. Leia o editorial complet

Pátria mãe (ou viúva rica)

Uma Holanda para 500 índios Renan Antunes de Oliveira Especial para o JB Boa Vista, Roraima O governo vai entregar mais um pedaço do Brasil para tribos indígenas: pouco antes do carnaval e sem publicidade, o Ministério da Justiça iniciou a demarcação de 4 milhões de hectares de terra para criar a reserva Trombeta Mapuera, na divisa dos Estados de Roraima, Pará e Amazonas. Ela será quase do tamanho da Holanda, país com 16 milhões de habitantes apinhados em 4 milhões e 152 mil hectares. Eleva para 52% a área de Roraima agora sob controle indígena. A reserva vai abrigar as tribos wai wai, que já vive no pedaço, e karafawyana, ainda isolada na selva amazônica - indigenistas estimam que esta tenha apenas 500 indivíduos. Fonte: Jornal do Brasil, 25/2/07)

A carta do senador

Segue, abaixo, em itálico, a carta do senador Pedro Simon a que me referi no post anteiror: CARTA ABERTA PARA ROSA CRISTINA Mãe, Conheço o tamanho da tua dor, que é a mesma do Élson e da Aline. Para mim, é, também, uma dor vivida. A perda de um filho é, sem dúvida, o maior de todos os sofrimentos. Por que tamanha provação? Versões contemporâneas de Abraão? "Tome seu filho, o seu único filho Isaac, a quem você ama, vá à terra de Moriá e ofereça-o, aí, em holocausto, sobre uma montanha que eu vou lhe mostrar". Por que, então, o anjo de Javé não te ajudou a desatar aquela simples fivela, de um cinto dito de segurança, que permitiria devolver aos teus braços de mãe, o pequeno João Hélio, o Isaac dos nossos tempos, para que ele permanecesse entre nós, dividindo e multiplicando sua alegria de vida? "Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes?" É nestes momentos que nos sentimos ínfimos, diante dos desígnios do Criador. Pior: é, também, nestes mesmos momentos que sabemos
O poema do Senador Recebi e-mail contendo uma manifestação atribuída ao senador gaúcho Pedro Simon, em forma de carta à mãe do menino João Hélio , na qual ele faz inúmeras considerações sobre a violência que nos aflige. É um texto poético. Diria até, melodramático. Sem dúvida que é uma maneira de aproveitar o momento de comoção nacional para, de certa forma, marcar posição e, eventualmente, tirar proveito político. Mas a posição que queremos - e exigimos - de nossos políticos é outra. Queremos que apresentem soluções, não que comparem a violência do facínora urbano nacional aos bombardeios de Bagdá, duas coisas diferentes com causas absolutamente diversas. Queremos ação e não discurso. Para agir em nosso nome, combater as causas e diminuir as consequências é que foram eleitos pelo povo. No caso específico do senador gaúcho, ele foi inúmeras vezes deputado, senador, governador, ministro, etc. Está na vida pública nacional há dezenas de anos. Melhor seria, portanto, em vez de fazer

Sem comentários! (E precisa?)

MPF quer reescrever roteiro de Páginas da Vida O Ministério Público Federal em São Paulo recomendou ao diretor da novela Páginas da Vida, Jaime Monjardim, que a trama não seja encerrada no próximo dia 2 de março, como manda o roteiro. A sugestão é que, antes disso, sejam exibidas cenas que mostrem que levar crianças com deficiência a escolas regulares é dever dos pais e não mera opção. Os zelosos procuradores Sergio Suiama e Eugênia Augusta Gonzaga Favero pedem ainda que a novela mostre que a conduta das escolas comuns que recusam crianças com deficiência pode ter conseqüências cíveis, penais ou administrativas. Caso o autor da novela e a emissora não queiram alterar os capítulos para a inclusão destas cenas, os autores da recomendação sugerem que a Rede Globo exiba por três dias, junto aos créditos da novela, um texto esclarecendo que crianças e adolescentes com deficiência também têm direito inalienável de acesso às classes e escolas comuns da rede regular de ensino e que é “dever do

Será prudente por as barbas de molho?

Segundo notícia publicada no Financial Times, o Brasil parece mais uma economia em submersão do que um país emergente. A análise, feita por um diretor de banco em Nova York, levou em consideração o crescimento médio anual da Rússia (6,7%), da Índia (6,5%) da China (9,4%) e do Brasil (2,7%) desde o ano 2.000. Ainda de acordo com a notícia, o Brasil tem leis trabalhistas restritivas que levam 60% da força do trabalho para a economia informal e o governo parece estar relaxando na disciplina fiscal. Não são boas notícias. Os estrangeiros já estariam vendo o que nós ainda não percebemos?

Sobre o filme que já vimos

O Brasil já passou pelo que está acontecendo na Venezuela sob o comando do sargento Chavez. Além das inúmeras vezes que foram cortados três zeros e mudado o nome da moeda, tivemos até confisco de gado no pasto, com policiais despreparados tentando laçar bois e levá-los ao frigorífico para suprir o mercado da carne. Não deu em nada. Apenas fez eleger Orestes Quércia governador de São Paulo, que depois quebrou o Banespa num dos governos mais corruptos da história

Nós já vimos este filme...

CARACAS - O presidente venezuelano, Hugo Chávez, anunciou nesta quinta-feira, 15, uma reforma monetária que reduzirá em três zeros o bolívar para o início de 2008, e uma redução do Imposto de Valor Agregado (IVA) em cinco pontos, como parte das medidas para deter a escalada inflacionária no país. Chávez também anunciou a iminente aprovação, por decreto presidencial, de uma lei contra "a especulação", prevendo o confisco de meios produtivos e inabilitação comercial. A inflação venezuelana fechou 2006 em 17%, cinco pontos acima da previsão oficial, e a alta de 2% em janeiro disparou o alarme. O Executivo traçou a meta inflacionária de 12% para este ano. "A reforma monetária: vamos cortar três zeros da moeda. O bolívar vai recuperar todo o terreno perdido diante do dólar, do euro e todas as moedas do mundo", afirmou Chávez em seu programa "Alô Presidente".
Cortesia com o nosso chapéu Algumas pessoas gostam de fazer cortesia com o chapéu alheio. O apedeuta "nossoguia" acaba de fazê-la com o nosso. Sob sua batuta o Brasil acaba de aceitar pressão do índio boliviano e nós pagaremos, pelo gás do país vizinho, cerca de 140 milhões de dólares a mais por ano. O acordo foi tão vergonhoso para o Brasil que somente foi anunciado após as 21:00 horas do dia em que foi firmado porque o governo avaliou que, após essa hora, o assunto teria menos repercussão na imprensa.

Nas costas do povo...

Veja a notícia que está hoje no Folha On Line: "A Petrobras, maior empresa brasileira, anunciou hoje que obteve lucro recorde de R$ 25,9 bilhões no ano passado, o que representa alta de 9% em relação a 2005 (R$ 23,7 bilhões)". Ela lucrou R$ 143,89 em cima de cada brasileiro (de mamando a caducando). Não é de causar espanto, se considerarmos que um litro de gasolina custa quase um dólar e meio. E ainda dizem que "o petróleo é nosso"...

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“VAI LOGO SUA VAGABUNDA” 12.02, 02h36 por Diego Casagrande, de Porto Alegre Fiquei uma semana nos Estados Unidos. Voltei neste domingo. Minha sensação é a pior possível. O Brasil está pior, muito pior. Aliás, nosso país vem piorando a cada semana há décadas. Quando embarquei naquele avião no início do mês, o menino João Hélio Fernandes, de 6 anos, ainda estava vivo. Não tinha sido arrastado por 7 quilômetros preso ao cinto de segurança, enquanto deixava pedaços do corpo espalhados por vários bairros do Rio. Antes, segundo a mãe, era um menininho faceiro e brincalhão. Sorriso lindo agora só visto nas fotos. Há pouco tempo foi o outro menininho em São Paulo, fritado vivo dentro de um carro com a família. Antes tinha sido aquele outro ônibus no qual a vítima havia sido um bebê e uns outros desafortunados que estavam no lugar errado, na hora errada. E antes teve aquele, e aquele outro também. E assim vamos em frente, vendo a barbárie tornar-se algo cotidiano, impregnado em nossa sociedade,
Não é só o salário do professor Recente publicação dos resultados do Enem, que avalia o ensino nas escolas do Brasil, demonstrou que tem validade relativa o argumento de que o ensino só melhorará quando os professores forem melhor remunerados. Os professores mais bem pagos do Brasil estão no Distrito Federal. Entretanto, nenhuma escola do DF se classificou entre as melhores.

Reinaldo Azevedo

Reinaldo Azevedo é um excepcional jornalista. Tem um blog na revista Veja. Escrevendo sobre a barbárie que representou a morte de uma criança no Rio de Janeiro, arrastada por vários quilômetros atada ao cinco de segurança do carro de sua mãe, afirmou: Fique atento, leitor amigo: sempre que, no cinema, na TV ou em qualquer lugar, algum imbecil assumir o papel de juiz, apontando para você o dedo, acusando-o de ser culpado pela miséria e pela violência do Brasil, extraindo poesia da violência dos excluídos, cuspa nesse vagabundo. Ele não merece o seu respeito. Ele é um atentado à sua segurança e à de sua família. Ele é cúmplice de assassinos. Ele tem a mais absoluta razão. Por isso resolvi transcrever sua afirmativa.

Elio Gaspari

SEIS PETISTAS MOSTRAM A FACA: PLEBISCITOS 07.02, 14h40 por Elio Gaspari, na Folha de S. Paulo A banda do tucanato que patrocinou a vitória de Arlindo Chinaglia na eleição para a presidência da Câmara dos Deputados, não sabe o tamanho do mal que fez à política, aos costumes e às instituições democráticas. Para quem duvida, aqui vai um trecho de documento divulgado há dias por seis deputados federais petistas de São Paulo: "Se o presidente da República pode editar medidas provisórias cada vez mais sob o crivo de críticas por seu vezo autoritário-, por que não pode ele, sem este vício originário, convocar plebiscitos sem autorização legislativa para decidir questões de grande alcance nacional?" Entre os signatários da peça estão José Mentor (aquele da CPI do Banestado, mensaleiro absolvido pelos seus pares) e Cândido Vacarezza um dos principais articuladores da candidatura de Chinaglia. Quais são as questões de grande alcance nacional que os companheiros gostariam de ver res

Como pensam os petistas

Democracia de cativeiro Guilherme Fiuza Quando o governo Lula tentou dar o golpe no IBGE, todas as cabeças ajuizadas reagiram, mas ninguém deu a importância que o fato merecia. Foi tratado como manobra pontual aquilo que era parte de um plano ambicioso – e que explica alguns dos intrigantes acontecimentos recentes, de Chinaglia a aloprados. Ainda sob o comando formal de José Dirceu, o governo tentou acabar com a regra que impedia a manipulação política dos dados do IBGE. A mudança feita por Sérgio Besserman Vianna permitia que o instituto explicasse os indicadores à imprensa e produzisse o press release das pesquisas antes das autoridades do governo tomarem conhecimento dos resultados. Um mecanismo democrático valioso que o governo Lula tentou ceifar. Mas não foi só um arroubo. Logo que foi eleito pela primeira vez, Lula demonstrou o apreço que tinha pela independência das instituições. Falando sobre a autonomia das agências reguladoras – um grande salto democrático iniciado por Mário

Magnífico texto de Augusto Nunes

O Brasil de Lalau e o de Joana Os jornais de 31 de janeiro informaram que, na véspera, o juiz aposentado Nicolau dos Santos Neto, ex-presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, fora devolvido ao recesso do lar. Aos 78 anos, condenado a 26 e meio de prisão por ter desviado R$ 169,5 milhões das obras do Forum Trabalhista, tivera o sossego interrompido, na semana anterior, por uma juíza convencida de que a lei vale também para desembargadores gatunos. Até então, Lalau vinha cumprindo a pena em casa. A decisão transferiu-o para a carceragem da Polícia Federal, reservada a delinqüentes que sabem comer com os talheres certos. Paulo Maluf, por exemplo, ali se hospedou por 40 dias. Lalau só ficou seis. No sétimo, saiu da prisão de maca e embarcou na ambulância que o entregaria, de novo, ao convívio da família. De bermuda amarela, camisa xadrez e sandálias, cruzou a calçada de olhos fechados e sem palavras. "Ele está muito deprimido", jura o advogado Ricardo Sayeg. "Precisa d