Tempos talibãs
Guilherme Fiuza O Brasil vive uma fase curiosa. Finalmente tem um presidente que veio da pobreza, e isso deixa todo mundo aliviado. A cada erro de português de Lula, os brasileiros, do Vale do Jequitinhonha ao Morumbi, dão um sorriso triunfante: o povo chegou ao poder. É claro que ainda existem elites material e culturalmente abastadas, e isso é desconfortável. Mas aí também a coisa está em mutação. Há uma nova elite se afirmando, aquela representada por gente como Silvinho Pereira, Delúbio Soares – República de Osasco e adjacências, gente que se ufana de ter se graduado na universidade e continuar ignorando o plural. Os companheiro sociólogo estão certo. Agora todo mundo somos igual. Essa obsessão pela igualdade ao rés-do-chão vai produzindo algumas pérolas. Se a carga tributária esfola os “mais ricos” (que às vezes ganham dois mil reais por mês), o Brasil comemora a redução da desigualdade. E culturalmente, parece que estaremos felizes no dia que a máxima erudição for uma metáfora fu