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Mostrando postagens de abril, 2019

Lula, o incorrigível. Editorial do Estadão 30/04

Lula, o incorrigível - EDITORIAL O ESTADÃO O Estado de S.Paulo - 30/04 Entrevista do ex-presidente e presidiário na semana passada põe em dúvida a capacidade do sistema prisional de ressocializar detentos. A entrevista que o ex-presidente e presidiário Lula da Silva concedeu na semana passada põe em dúvida a capacidade do sistema prisional de ressocializar os detentos. Pois o chefão petista, mesmo depois de um ano na cadeia, deu todos os sinais de que continua o mesmo: além de não reconhecer os crimes que cometeu, julgando-se um preso político, Lula não foi capaz de admitir nem sequer a participação da fina flor do lulopetismo nos maiores escândalos de corrupção da história brasileira, assim como não admitiu o envolvimento ativo do PT na ruína econômica, política e moral do País. Ou seja, é o Lula de sempre. Na entrevista, dada aos jornais Folha de S.Paulo e El País, Lula, quando questionado sobre a corrupção petista, respondeu: “Ela (a corrupção) pode ter havido”. Isso significa que,

Para onde estamos indo?

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Um país de delatores Publicado em  29 de abril de 2019   por  Carlos Andreazza .     Marcos Corrêa/PR Sobre isto de se filmar professor… É o caso de perguntar: qual a ideia?; qual o destino que se pretende sob a normalização de tal prática? Em que trilho nos lançamos, ademais, quando o Estado é o agente estimulador-garantidor desse direito falacioso? É preciso refletir sobre até onde as ideias podem levar. Esse é o papel do homem público. É fácil medir a pressão no ponto de partida, identificar um problema (há, sim, professores que fazem proselitismo partidário) e tratar como solução, como direito do estudante, a prática de “um celular na mão e um mestre na parede”. É facílimo jogar pra galera – defender, desde a condição de Estado, que nos protejamos num big-brother total – e colher as glórias imediatas de atender a ressentimentos e ressentidos. Mas é impossível projetar o destino – o rumo, os rumos – de um projétil como esse uma vez disparado. A ideia, na orige

A boçalidade explícita

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Bolsonaro exala sua estupidez ao dizer “o Brasil não pode ser um país do mundo gay porque temos famílias” Por Redação Ucho.Info -26 de abril de 2019 Não é de hoje que alguém diz ser o Brasil um país abençoado por causa das terras férteis, do Sol presente quase o ano todo e pela ausência de catástrofes naturais em nosso território. Se esses motivos são suficientes para que pessoas acreditem que Deus foi generoso com os brasileiros, por certo ainda não perceberam o poder de devastação da estupidez de Jair Bolsonaro, o presidente que é adorado por uma porção da sociedade, talvez a que se identifica com ele em termos intelectuais e cognitivos. Na quinta-feira (25), durante café da manhã com um grupo de jornalistas, Bolsonaro disse: “quem quiser vir aqui fazer sexo com uma mulher, fique à vontade”. Tomando como certa a declara do presidente, desde já o Brasil foi transformado em lupanar a céu aberto. Já era um faroeste caboclo, agora ganhou esse novo status de presidente de um n

À querida titia do Whatsapp

Querida titia Há dias estou pra escrever para a senhora, mas sabe como é, a gente vai deixando pra amanhã e... Tomei a decisão de escrever para a senhora em 31 de março. Em primeiro lugar, para parabenizá-la. Graças à senhora e uma multidão de mulheres como a senhora, o PT foi barrado no baile e não pôde voltar a praticar sua especialidade – que é mentir, ameaçar e roubar. Obrigado, titia. Obrigado às outras titias, avôs, mães e filhas que agiram como a senhora. Obrigado. O que a senhora e o exército de mulheres fizeram foi uma autêntica ação de resistência, igualzinho – guardadas as devidas proporções – ao que a vovó outras mulheres da época fizeram em 1964: resistiram! E resistiram por meio de passeatas. Lembra-se das Marchas pela Família com Deus pela Liberdade? Claro que lembra!  A vovó ia pra rua e a senhora e os titios ficavam rezando o terço em casa para que nada acontecesse a ela, lembra-se? Elas expuseram a vida; a senhora e as demais não c

Um verdadeiro dilema

O dilema da responsabilidade - CARLOS ANDREAZZA O GLOBO - 16/04 Sob o bolsonarismo, obrigatoriamente, viveremos num regime de crises ‘Crédito maligno”, a expressão concebida pelo escritor Augusto de Franco, projeta as condições para aquilo que chamarei de dilema da responsabilidade. Qual seja: a situação do indivíduo convicto da necessidade de se aprovar uma reforma da Previdência potente, mas que, ao mesmo tempo, contempla os riscos decorrentes de entregar descompressão fiscal — logo, capacidade de investimento — a um governo cuja natureza autocrática é tão evidente quanto de operação singular. Não trato aqui de ameaça fascista nem da possibilidade de uma ditadura conforme o modelo clássico, mas de um projeto de poder autoritário cuja dinâmica, a da campanha permanente, do conflito constante, é de emparedamento da democracia representativa e de rebaixamento das instituições republicanas em prol de uma hierarquia submetida ao governante eleito. O governo Bolsonaro é um terreno para con

Qual foi a dentadura que você pediu ao seu candidato?

Os caminhoneiros querem uma dentadura na forma de óleo diesel Não deixa de ser engraçado ver os críticos dessa situação atacando o Bolsonaro como se ele não tivesse sido eleito por eleitores chantagistas. E como se ele, ainda, não tivesse concorrido com outros candidatos que também prometeram suas dentaduras, em um país que se move por esse racional desde que se começou a praticar eleições por aqui. Folclóricos políticos brasileiros foram pegos no passado trocando dentaduras por votos. Pelos quatro cantos do Brasil fenômenos similares acontecem nas eleições, onde se prometem e entregam bolas e camisetas para times de futebol de bairros, caminhões de terra de construção civil para famílias, empregos públicos para cabos eleitorais e até mesmo a “furação” de filas para recebimento de casas populares e para realização de consultas, internações e operações médicas. É claro que essa “Política da Dentadura” acaba sendo custeada, direta ou indiretamente, com dinheiro público. Trocar dentaduras

Nostalgia

O futuro do passado já mudou irremediavelmente - CORA RONAI O GLOBO - 09/04 Não há máquinas de busca nem inteligência artificial que consigam desenvacar vagas recordações Houve um tempo em que as pessoas mais românticas - ou mais organizadas -- voltavam de viagem com grandes envelopes cheios de lembranças: passagens de trem e de avião, bilhetes de metrô, entradas de cinema e de museu, folhetos, embalagens de balinhas e de chocolates, programas de teatro, contas de restaurantes e de compras variadas, recortes de jornais e de revistas. A viagem continuava em casa, quando esses papeizinhos todos eram amorosamente colados em álbuns junto com as melhores fotos dotour . Nos Estados Unidos, a partir desse hábito, criou-se todo um universo comercial multicolorido, com papelarias especializadas vendendo adesivos, folhas estampadas, etiquetas, acessórios, papéis artesanais. Em fins dos anos 1990, o scrapbooking virou febre, especialmente entre adolescentes. É uma ironia imaginar que, naquele exa