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Mostrando postagens de março, 2019

Demétrio Magnoli - Folha, 30/03/19

Battisti, a confissão Bolsonaro surfa na onda de erro que reforça o discurso dos inimigos dos direitos humanos 30.mar.2019 às 2h00 "Agora, ele confessa o crime. Me sinto enganado por ele. Admito o erro e peço desculpas por isso." Pedro Abramovay, secretário nacional de Justiça na gestão Tarso Genro, durante o governo Lula, declarou-se "decepcionado" com a confissão de Cesare Battisti . Suas desculpas devem ser postas em arquivo separado das não desculpas do próprio Genro e do ex-senador Eduardo Suplicy. Mas os três estão errados, antes e agora, num nível mais profundo. Bolsonaro surfa na onda desse erro fundamental, que confere verossimilhança ao discurso dos inimigos dos direitos humanos. Suplicy acreditava na palavra do Battisti de ontem, mas não acredita na do Battisti de hoje: "Eu ainda quero saber qual foi o tipo de ameaça, de proposição feita a Battisti. Caso ele não fizesse essa confissão, o que aconteceria?". Fantástico: o homem falava a verdade q

Sobre a lavajato e o lavajatismo

"A Lava Jato e o lavajatismo  por Gustavo Nogy  [ 11/03/2019 ] [ 17:22 ]  Atualizado em [ 11/03/2019 ] [ 17:23 ] Depois de o governo anunciar uma “Lava Jato da Educação”, agora um acordo entre a Petrobras, o MP e a justiça americana pode destinar o montante bilionário recuperado nas investigações a incertas “autoridades brasileiras”. Quem? O Ministério Público, sempre ele, criaria uma fundação para receber e administrar esse dinheiro. Faz tempo observo um perigoso efeito colateral da força-tarefa: o de se transformar numa espécie de órgão do Estado, sem legitimidade ou limitação constitucional, sem rumo, sem propósito determinado e sem data para acabar. Ora, a Lava Jato teve começo e, em tese, deveria ter fim. É uma investigação criminal, não um partido, uma corporação ou uma ideologia. Para muita gente, a mão pesada do Estado, desde que voltada contra inimigos e adversários, nunca é pesada o suficiente. Temer que o diga. Sei que dizer isso é correr o risco de despertar os

Um editorial para ser lido e relido, por sua relevância na atual conjuntura política nacional

A missão do ‘Estado’ Os jornalistas do 'Estado' se pautam pelo compromisso inarredável com os valores democráticos e com o regime da lei, que estão na essência da identidade do jornal desde sua fundação, em 1875 Notas & Informações, O Estado de S.Paulo 12 de março de 2019 | 02h00 Os jornalistas do Estado se pautam pelo compromisso inarredável com os valores democráticos e com o regime da lei, que estão na essência da identidade do jornal desde sua fundação, em 1875. A defesa da liberdade contra todo tipo de tirania, a começar por aquelas que se creem chanceladas pelas urnas, marca a atuação desta publicação e de seus profissionais ao longo de 144 anos de história. Esse compromisso se encontra mais vivo do que nunca, em especial diante de ameaças que partem do próprio presidente da República, o sr. Jair Bolsonaro. Esses arreganhos só fazem confirmar a relevância do exercício do jornalismo livre, que tem no Estado um centenário patrono. Este jornal se comprometeu, desde seu

Editorial do Estadão, 08/03/19, sobre Bolsonaro

Quebrando louças Vai mal um país cujo presidente claramente não entende qual é seu papel, especialmente quando não consegue dominar os pensamentos que, talvez, lhe venham à mente Notas & Informações, O Estado de S.Paulo 08 de março de 2019 | 03h00 Chega a ser comovente o esforço de comentaristas para encontrar nas destrambelhadas manifestações do presidente Jair Bolsonaro algum sentido estratégico, como se fizessem parte de um plano racional de comunicação. Desde seu grotesco discurso de posse, atulhado de arroubos e bravatas ginasianas, já devia estar claro para todos que Bolsonaro nunca se viu na obrigação de medir suas palavras e gestos, adequando-os à sua condição de chefe de Estado. Ao contrário: a julgar pelo comportamento muitas vezes grosseiro e indecoroso de Bolsonaro, o presidente provavelmente se considera acima do cargo que ocupa, dispensado dos rituais e protocolos próprios de tão alta função. Até à disseminação de pornografia pelas redes sociais ele tem
O MPF e a Defensoria da União Apesar de a Defensoria Pública da União não dispor de profissionais para atuar na defesa da população de baixa renda em todas as cidades do País que tenham uma subseção da Justiça Federal, há defensores vivendo no exterior e recebendo integralmente seus salários Notas & Informações, O Estado de S.Paulo 07 de março de 2019 | 03h00 Encarregados de fazer a defesa judicial gratuita dos segmentos mais desfavorecidos da sociedade e de impetrar ações civis públicas a favor da população, alguns membros da Defensoria Pública da União parecem preocupados menos com suas atribuições funcionais e mais em usar o cargo para aumentar seus vencimentos. Apesar de pertencerem à elite do funcionalismo, recebendo um salário de R$ 22,1 mil, sem contar as vantagens funcionais, esses defensores apelaram para o velho expediente de pedir transferência das cidades e Estados onde estão lotados, com o objetivo de receber diárias. Em sua grande maioria, as transferências costumam