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Mostrando postagens de abril, 2021

Acabou a mamata?

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  Novo chanceler ganha posto que vai engordar seu salário em R$ 27 mil por mês Por  Lauro Jardim  30/04/2021 05:38 - Jornal O Globo Carlos Alberto Franco França | Divulgação O chanceler  Carlos Alberto França  terá a partir de maio o seu contracheque engordado em R$ 27 mil mensais, um pouco menos do que os R$ 37 mil que recebe para ser o Ministro das Relações Exteriores. França acaba de ser nomeado para para um dos postos mais desejados da República — o conselho de administração da Itaipu Binacional, onde ocupará um assento em substituição ao embaixador Octavio Brandelli, que foi o secretário-geral de Ernesto Araújo. Além do salário gordo, os integrantes do conselho de Itaipu tem a vantagem de só ter que participar de uma reunião do colegiado da empresa a cada dois meses. França ingressa em Itaipu na vaga catiga do Itamaraty na empresa. Sua nomeação foi assinada por Jair Bolsonaro e por ele próprio e consta do Diário Oficial de hoje. No conselho de Itaipu hoje, aliás, estão (bem) acomo

Editorial do Estadão, 26/04/2021

  O veredito da ciência Os levantamentos científicos são unânimes em apontar que o morticínio no Brasil só não foi pior por causa da atuação responsável da maior parte dos governadores Notas & Informações, O Estado de S.Paulo 26 de abril de 2021 | 03h00 Uma questão crucial a ser elucidada pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) criada para apurar as responsabilidades do governo na crise pandêmica é: por que o País que tem um dos maiores sistemas de saúde pública do mundo, com histórico de sucesso no combate a outras doenças e um aparato de vigilância sanitária avançado, apresentou resultados tão catastróficos? Se a resposta, com todas as suas consequências, não vier à luz, não será por falta de subsídios da comunidade científica. Como mostra um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade de Michigan e da FGV, no início da pandemia o Global Health Security Index classificava o País como o mais preparado da América Latina para lidar com emergências de saúde pública. Daí a

Editorial do Estadão, 25/04/2021

  O rei preguiçoso Por seu gosto pelo ócio e sua inapetência para governar, Jair Bolsonaro, indolente, deixa seu reino – e o País – à mercê dos oportunistas de sempre Notas & Informações, O Estado de S.Paulo 25 de abril de 2021 | 03h00 O presidente Jair Bolsonaro finalmente sancionou o Orçamento de 2021, depois de longa disputa entre os técnicos do Ministério da Economia preocupados com as regras fiscais e a ala do governo interessada em agradar à base aliada e em capturar recursos para obras eleitoreiras. Ao contrário do que pode parecer, Bolsonaro demorou até o último dia do prazo legal para a sanção não porque se debatesse em dúvidas entre a prudência e a gastança – o presidente jamais foi um defensor da austeridade –, mas porque dependia da articulação de um acordo que não desagradasse aos chefes do Centrão – hoje senhores de seu governo – e ao mesmo tempo afastasse a sombra do crime de responsabilidade. A exequibilidade do Orçamento era preocupação secundária para Bolsonaro

Editorial do Estadão, 17/04/2021

  A recidiva Muitos brasileiros tendem a esquecer a tenebrosa passagem do lulopetismo pelo poder, ou a considerar como aceitáveis os desmandos do PT Notas & Informações, O Estado de S.Paulo 17 de abril de 2021 | 03h00 O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por 8 votos a 3, anular as condenações impostas ao ex-presidente Lula da Silva na esteira das investigações da Operação Lava Jato. Com isso, o petista está apto a disputar as eleições presidenciais de 2022. Nada disso significa, é claro, que Lula da Silva seja inocente das acusações que o levaram à condenação por corrupção. O Supremo apenas entendeu que a Justiça Federal de Curitiba, que condenou o ex-presidente, não era o foro competente para julgá-lo. No entanto, a verdade dos fatos, em se tratando de Lula da Silva, é irrelevante: o demiurgo de Garanhuns e seus devotos já estão tratando a “decisão histórica” do Supremo, nas palavras do advogado do petista, como uma prova cabal não só da inocência do ex-presidente, mas da

Editorial do Estadão, 14/04/2021

  Ameaçar é crime Não basta que Jair Bolsonaro se preocupe com eventual responsabilização por crimes de responsabilidade. Suas ações o aproximam perigosamente da esfera penal Notas & Informações, O Estado de S.Paulo 14 de abril de 2021 | 03h00 O presidente Jair Bolsonaro gosta de falar de liberdade. Em seus discursos, coloca-se como uma espécie de paladino da liberdade. No entanto, sua atuação na Presidência da República revela profundo desconhecimento do assunto. Em especial, parece ignorar o Capítulo VI do Código Penal, que trata dos crimes contra a liberdade individual. O Capítulo VI começa com o crime de constrangimento ilegal. “Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela não manda. Pena: detenção, de três meses a um ano, ou multa” (art. 146 do Código Penal). Em agosto do ano passado, um repórter do jornal O Globo, no exercício

Editorial do Estadão, 13/04/2021

  Da perplexidade ao desprezo Nenhum presidente digno do cargo pressionaria um autor do requerimento da CPI a ampliar investigações e trabalhar pelo impeachment de ministros do STF Notas & Informações, O Estado de S.Paulo 13 de abril de 2021 | 03h00 Houve um tempo em que os brasileiros se chocavam com o linguajar chulo do presidente Jair Bolsonaro, tão impróprio para o exercício da chefia de governo. Os áulicos de Bolsonaro se esforçam para qualificar esse comportamento como “autêntico”, pois, segundo eles, o presidente “fala o que pensa”. E isso, na visão desses sabujos, seria positivo, pois o aproximaria do “povo”, em suposto contraste com o distanciamento das elites políticas. Hoje, contudo, ninguém fica mais perplexo com as grosserias de Bolsonaro. E o povo, conforme atestam as pesquisas de opinião, quer cada vez mais distância do presidente, pois a conduta indecorosa de Bolsonaro constrange os brasileiros decentes. Cansados das obscenidades de Bolsonaro, esses cidadãos – a

Notícia do Conjur em 10/04/2021: Se non é vero, é bene trovato.

O MAL EM NOME DO BEM Jornal francês mostra como os EUA usaram a "lava jato" para seus próprios fins 10 de abril de 2021, 12h49 O que começou como a "maior operação contra a corrupção do mundo" e degenerou no " maior escândalo judicial do planeta " na verdade não passou de uma estratégia bem-sucedida dos Estados Unidos para minar a autonomia geopolítica brasileira e acabar com a ameaça representada pelo crescimento de empresas que colocariam em risco seus próprios interesses. A história foi resgatada em uma reportagem do jornal francês Le Monde deste sábado (10/4), assinada por Nicolas Bourcier e Gaspard Estrada, diretor-executivo do Observatório Político da América Latina e do Caribe (Opalc) da universidade Sciences Po de Paris. Tudo começou em 2007, durante o governo de George W. Bush. As autoridades norte-americanas estavam incomodadas pela falta de cooperação dos diplomatas brasileiros com seu programa de combate ao terrorismo. O Itamaraty, na época, n

Editorial do Estadão, 11/04/2021

Pandemia não anula a Constituição Constituição dá à minoria parlamentar instrumentos para fiscalizar o Executivo. Foi esse o teor da decisão do ministro Barroso Notas & Informações, O Estado de S.Paulo 11 de abril de 2021 | 03h00 Nenhuma circunstância excepcional, nem mesmo a maior crise de saúde em um século, justifica que se ignore a Constituição. E a Constituição confere à minoria parlamentar instrumentos para fiscalizar o Executivo. Foi esse, em essência, o teor da decisão do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, ordenando que o Senado instaure uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), pedida por senadores de oposição, para apurar responsabilidades pela desastrosa administração da pandemia de covid-19. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), vinha procrastinando a instalação da CPI, sob o argumento de que o momento exige a total atenção das instituições no combate à pandemia. Ou seja, investigar a origem e a autoria dos gritantes erros que col

Artigo de Helena Landau, Estadão, 02/04/2021

  O ano do pensamento mórbido Bolsonaro parece tirar prazer do aumento de mortes pela covid-19 Elena Landau, O Estado de S.Paulo 02 de abril de 2021 | 05h00 Acabei de ler O Ano do Pensamento Mágico, de Joan Didion. O livro é um diário dos meses que sucederam à morte de seu companheiro da vida toda, o também escritor John Dunne, e à doença grave de sua filha Quintana. Um relato de mais de 200 páginas sobre o luto. O marido sofreu um ataque cardíaco fulminante. “A vida muda em um instante. Você se senta para jantar e a vida que você conhecia termina.” Ela se recusa a superar, não quer deixar ir. Se apega nas memórias, reconstrói momentos da vida a dois, se coloca no que chama de “buraco negro” na tentativa de parar o tempo nas lembranças de bons momentos. Ler os obituários, mudar a conta conjunta, mexer na pilha de livros da mesinha de leitura, se desfazer das roupas penduradas no armário exigem atenção. Até que não pode adiar mais. “Até aquele momento, tinha me permitido apenas sofrer.