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Mostrando postagens de fevereiro, 2021

Helio Gaspari, O Globo, 28/02/2021

  Gilmar fará uma Lava-Jato na Lava-Jato Ministro do STF levará, nas próximas semanas, o julgamento da suspeição do juiz Sergio Moro para a mesa da Segunda Turma 28/02/2021 - 04:30 Nas próximas semanas, o ministro Gilmar Mendes levará para a mesa da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal o julgamento da suspeição do juiz Sergio Moro no processo da Lava Jato. São pedras cantadas a exposição da parcialidade do doutor e a promiscuidade de suas relações com o Ministério Público. O ministro deu uma pista do que vem por aí ao lembrar que irá além do que chama de “questão Lula”: Será algo “muito maior.” Põe maior nisso. Gilmar tem assessores passando o pente-fino nas mensagens trocadas em Curitiba. Desde junho de 2019, quando o site “Intercept Brasil” levou ao ar os primeiros grampos dos sete terabytes capturados, eles têm aparecido de forma explosiva, porém desordenada. Colocados em ordem cronológica e contextualizados, revelam a extensão das malfeitorias blindadas pela mística da Operaçã

Coluna de Reinaldo Azevedo na Folha de São Paulo, 26/02/2020

  Nos 100 anos da Folha, saúdo a coragem e reivindico mais apartidarismo Aplaudo o rigor profissional e técnico do jornal; cobro mais apartidarismo diante do Partido da Polícia 25.fev.2021 às 23h15 Jair Bolsonaro tem uma fila imaginária de candidatos ao pelotão de fuzilamento. Ninguém tem o direito de duvidar de que esta Folha está lá na ponta . Faz sentido. Falando dia desses a formandos de uma escola militar, o presidente teve um de seus costumeiros delírios de impotência e deixou claro que não é por sua vontade que vivemos numa democracia. Sobrava sinceridade onde falecia a decência. Faço uma citação, não um ultraje à sua biografia. Em vídeo de 1999, ele deu sua receita para mudar o Brasil --parte de seu projeto, destaque-se, está em curso com os três decretos inconstitucionais e subversivos sobre armas. Tonitruou então: "Só vai mudar [o país], infelizmente, quando partirmos para uma guerra civil, fazendo um trabalho que o regime militar não fez: matando uns 30 mil, começando c

Editorial do Estadão, 27/02/2021

  A urgência da CPI da pandemia Chamar às falas os responsáveis pelo desastre sanitário pode ser um lenitivo para o patológico descaso com a vida dos brasileiros Notas & Informações, O Estado de S.Paulo 27 de fevereiro de 2021 | 03h00 Sobre a mesa de trabalho do presidente do Congresso, o senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), está o pedido de instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as ações e omissões do governo federal na condução da crise sanitária provocada pelo novo coronavírus. O pedido é assinado por 31 senadores de 11 partidos. É do mais alto interesse público que esta CPI seja instalada imediatamente. Pululam razões para que o Poder Legislativo exerça uma de suas principais prerrogativas constitucionais, a de fiscalizar o Poder Executivo. De longe, uma CPI é um dos instrumentos mais graves do sistema de freios e contrapesos, mas gravíssima é a tragédia que se abateu sobre o País. Não é remota a possibilidade de que as atuações do presidente Jai

Miriam Leitão na CBN, 25/02/2021

  PEC é desvio de finalidade e subversão da ideia de imunidade parlamentar Por  Míriam Leitão 25/02/2021 14:35 O Congresso está conspirando para transformar uma prerrogativa de defesa da democracia em imunidade para criminosos. Esta PEC é uma subversão da ideia da imunidade parlamentar, que  é importante para proteger o exercício democrático do mandato. Não para proteger a pessoa do parlamentar.  Coluna de hoje: Por um ajuste sem granadas nem jabutis É fundamental entender esta diferença. O mandato precisa ser protegido para que o parlamentar represente bem o interesse daqueles que o elegerem, mesmo que contrapor os poderosos e o governo. A nossa constituição foi feita depois de uma ditadura, durante a qual muitos deputados foram cassados por falarem contra o regime. Por isso, a preocupação de garantir a imunidade para o exercício do mandato. Não é da pessoa em si, mas do mandato.  A PEC representa um desvio de finalidade do princípio da imunidade parlamentar, que passa a ser impunidad

Coluna de MIriam Leitão no O Globo, de 21/02/2021

  COLUNA NO GLOBO Risco ao capital e à democracia Por  Míriam Leitão 21/02/2021 04:30 A Petrobras está sob intervenção de militares. O presidente da empresa e do conselho são um general e um almirante, o ministro da área, um almirante. A empresa perdeu R$ 50 bilhões de valor, no pregão de sexta-feira e no after market, e a governança foi violentada. Jair Bolsonaro alimentou a especulação, anunciou a mudança pelo Facebook e o fato relevante veio só depois. O general Joaquim Silva Luna foi um dos redatores da nota de ameaça ao Supremo em 2018. O ministro da Economia, Paulo Guedes, virou um fantasma dentro do governo. Acionistas podem entrar na Justiça porque tiveram prejuízo por ato temerário do acionista controlador. Várias regras das empresas de capital aberto e do estatuto da Petrobras foram feridas por Bolsonaro. O golpe foi executado em detalhes. Ao anunciar que indicava Silva Luna também para ser um dos membros do Conselho de Administração, o governo convocou uma Assembleia Geral E

Editorial do Estadão, 20-02-2021

  Bolsonaro volta a atacar a Petrobrás Jair Bolsonaro agora resolveu governar para os caminhoneiros e dá palpite na gestão de uma empresa estatal de capital aberto Notas & Informações, O Estado de S.Paulo 20 de fevereiro de 2021 | 03h00 O presidente Jair Bolsonaro anunciou a decisão de trocar o comando da Petrobrás, indicando para o posto o general Joaquim Silva e Luna, presidente da Itaipu Binacional. Incapaz de cuidar de um país assolado por uma pandemia, famoso pelo desprezo à vida dos brasileiros e conhecido pela incompetência administrativa, Bolsonaro resolveu governar para os caminhoneiros – aqueles por ele apoiados, em 2018, quando bloquearam o transporte rodoviário, usaram violência para impor sua vontade e causaram enorme prejuízo ao País. Para agradar esse eleitorado, o presidente voltou a criticar a política de preços da Petrobrás, dando palpite na gestão de uma empresa estatal de capital aberto. As tentativas de interferência são agravadas pela absoluta inépcia de Bo

A fé na Faria Lima - Artigo de Vera Magalhães, O Globo, 10/02/2021

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  A fé da Faria Lima Por  Vera Magalhães 09/02/2021 22:50 Bolsonaro e mourão | Pablo Jacob/Agência O Globo Quando assiste impassível à deterioração da popularidade do presidente da República, os solavancos que ele dá em todas as partes tronchas de seu governo e o empilhamento de corpos na pandemia sem uma saída visível, o mercado, representado pela Avenida Faria Lima e adjacências espelhadas, age com a boa-fé dos ingênuos ou a má-fé dos cínicos? Eis uma ambivalência que vai se aprofundando à medida que os meses passam, cuja permanência pode levar a que seja cada vez mais difícil o país sair do atoleiro bolsonarista. O silêncio cúmplice do dito mercado e dos demais setores que deveriam mover a economia é o que dá a Bolsonaro a certeza de que ele pode fechar com o Centrão, enterrar a Lava-Jato, empurrar cloroquina goela abaixo do país, sabotar a vacinação e depois mentir dizendo que não o fez porque nada vai acontecer. E olha que Bolsonaro é, antes de tudo, um fraco. Covarde, mesmo. Ele

Editorial da Folha de São Paulo, 09/02/2021

  Prioridade perversa Sobrou verba para a cloroquina, enquanto Planalto negligencia testes e vacinas 8.fev.2021 às 23h15 Avolumam-se as evidências de que o governo Jair Bolsonaro deturpou de modo deliberado o enfrentamento da pandemia. Não bastassem seguidas as manifestações minimizando riscos da infecção e a sabotagem da vacinação, o presidente deixou várias digitais na promoção de uma terapia inexistente contra o ataque viral. Bolsonaro seguiu perversamente Donald Trump ao adotar como prioridade a cloroquina do famigerado tratamento precoce. O republicano abandonou a panaceia antes de seu fiasco eleitoral, mas o imitador sul-americano a manteve, impávido, mesmo com estudo após estudo a negar-lhe eficácia. Acossados por investigações e questionamentos da Procuradoria-Geral da República e do Tribunal de Contas da União, o presidente e um tragicômico ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, agora se apressam a recontar a história: o governo só teria respeitado a autonomia de médicos