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Mostrando postagens de agosto, 2020

Artigo de Reinaldo Azevedo na Folha de São Paulo, 14/08/2020

  Reinaldo Azevedo Chega de autoengano! O governo Bolsonaro funciona A Amazônia arde e, na Saúde, um general tenta esconder montanha de mortos 13.ago.2020 às 23h15 Salim Mattar e Paulo Uebel, membros até esta terça-feira (11) da ala dita liberal daquele ajuntamento que toma Brasília, resolveram deixar suas respectivas secretarias . E, então, se falou em crise do governo Bolsonaro. Será mesmo? De qual governo? Uma ilustração. Nesta quinta, já em campanha eleitoral, o presidente foi ao Pará. Discursou: “[Mandei] a esse estado maravilhoso aqui, mesmo sem comprovação científica, mais de 400 mil unidades de cloroquina para o tratamento precoce da população. Eu sou a prova viva de que deu certo. Muitos médicos defendem esse tratamento. E sabemos que mais de 100 mil pessoas morreram no Brasil. Caso tivesse sido tratado (sic), lá atrás, com esse medicamento, poderiam essas vidas terem (sic) sido evitadas (sic). E mais ainda: aqueles que criticaram a hidroxicloroquina não apresentaram alterna

Editorial do Estadão, 12/08/2020

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 A responsabilidade de cada um A Nação não há de esquecer os nomes dos que lhe faltaram na hora mais grave Notas & Informações, O Estado de S.Paulo 12 de agosto de 2020 | 03h00 Na primeira manifestação pública de um membro do governo após o País ter ultrapassado a brutal marca de 100 mil mortes por covid-19, o ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello, afirmou que “isso (a maior tragédia nacional em mais de um século) não é apenas um número”. Durante a cerimônia de inauguração de um centro de testagem de amostras para o novo coronavírus na sede da Fiocruz, no Rio, Pazuello disse que “não foi 95 mil, 98 mil, não foi 100 ou 101 mil que vai fazer diferença (sic). O que faz a diferença é cada um brasileiro que se perde”. Com boa vontade, depreende-se da confusa mensagem do ministro interino que ele tenha tentado transmitir solidariedade. Seja como for, é evidente que a catástrofe não se resume a números e que cada vida perdida importa tanto para os familiares e amigos das ví

Editorial do Estadão, 10/08/20, sobre o relatório de espionagem do Ministério da Justiça e a resposta que este deu à Ministra Carmem Lúcia ao pedido de informações.

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 Resposta inadmissível Para o Ministério da Justiça, o sigilo parece ser mais importante do que a lei Notas e Informações, O Estado de S.Paulo 10 de agosto de 2020 | 03h00 O Supremo Tribunal Federal (STF) deve deixar claro ao ministro da Justiça, André Mendonça, que a Constituição ainda vale no Brasil e, portanto, uma ordem emanada daquela Corte, não por acaso Suprema, deve ser cumprida. Nada menos cabe no espantoso caso da recusa do ministro em dar explicações claras ao STF, conforme demandado pela ministra Cármen Lúcia, sobre a existência de um documento sigiloso produzido por um órgão do Ministério da Justiça a respeito de 579 servidores públicos federais e estaduais, entre professores universitários e policiais, identificados como integrantes de movimentos antifascistas. O órgão em questão é a Seopi (Secretaria de Operações Integradas). Criada quando o Ministério da Justiça estava sob a chefia de Sérgio Moro, a Seopi tinha como atribuição integrar operações contra o crime organiza

Editorial do Estadão, 10/08/2020

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 A imprescindível educação cívica Na falta de uma liderança política capaz de unir em vez de separar, os brasileiros se viram na pandemia em meio a um bate-boca estéril Notas e Informações, O Estado de S.Paulo 10 de agosto de 2020 | 03h00 A macabra contabilidade dos mortos pelo coronavírus e o noticiário cotidiano sobre a míngua de milhões de cidadãos como consequência da pandemia e da atuação errática do governo deveriam bastar para que o País refletisse seriamente sobre como chegamos a essa triste e vergonhosa situação. É claro que a dimensão da crise pegou todos de surpresa, aqui e no resto do mundo, mas é fato também que o Brasil foi um dos poucos países que menosprezaram a pandemia até que esta se tornasse o pesadelo que é hoje. O próprio presidente Jair Bolsonaro, como se sabe, continua a fazer pouco da doença, ainda que ele mesmo seja uma de suas vítimas. O fato de que o Brasil não tem ainda um ministro da Saúde efetivo e de que o governo trocou duas vezes o titular da pasta dur

Artigo de Reinaldo de Azevedo na Folha de São Paulo, 07/08/2020

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Reinaldo Azevedo Não há diálogo com os walking dead verde-amarelos Procuradores não são pagos para agir contra delinquentes Já desisti de convencer os citadores sem lastro de que, em "O Príncipe", Maquiavel não escreveu ou deu a entender que "os fins justificam os meios". Apelo, então, à suavidade honestamente pueril de outra obra: o Pequeno Príncipe jamais desistira de uma pergunta. E eu nunca desisto de uma porfia. Volto, pois, aos embates entre a Lava Jato e Augusto Aras, procurador-geral da República . "Promover a realização da justiça, a bem da sociedade e em defesa do Estado Democrático de Direito." Eis a missão do Ministério Público Federal, segundo o que está escrito em seu site, sintetizando o que vai na Constituição. Não! Procuradores não são pagos para agir contra delinquentes, como quer certa... delinquência ignorante. Essa até poderia ser a definição da função da polícia, mas ainda carregaria certa carga de truculência protofascistoide. Ela ex