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Mostrando postagens de setembro, 2022

Artigo de Alexandre Schwartsman, Folha, 29/09/2022

Em louvor do voto inútil Os dois líderes das pesquisas não têm comprometimento com a democracia 29.set.2022 às 11h44 Alexandre Schwartsman Doutor em economia (Universidade da Califórnia, Berkeley), é ex-diretor do Banco Central Colegas economistas, a quem respeito, discordam das propostas do PT, mas mesmo assim lançaram recentemente uma carta de apoio ao dito "voto útil" em Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Não a assinei, nem pretendo fazê-lo, assim como não tenho a menor intenção de entregar meu voto, inútil, ao ex-presidente (muito menos ao atual, já adianto). E sequer é pelo lamentável programa econômico, cuja expressão mais recente só revela que nada esqueceram nem aprenderam com os erros que levaram o país a uma das piores recessões dos últimos 50 anos, ainda atribuída às "pautas-bomba" e a outras atividades paranormais. Por pior que seja, não é, nem de longe, o motivo da minha recusa. Não votarei em Lula no primeiro turno —tampouco no segundo, se houver— porque

Editorial do Estadão, 29/09/2022

  A intolerável ameaça de Bolsonaro A poucos dias da eleição, o presidente continua ameaçando descumprir a vontade do eleitor. O País não pode ser refém do golpismo. As instituições têm os instrumentos para puni-lo Notas & Informações, O Estado de S.Paulo 29 de setembro de 2022 | 03h00 O presidente da República, Jair Bolsonaro, manifestou mais uma vez sua disposição de não respeitar a vontade do eleitor caso esta lhe seja desfavorável. Este jornal, que considera a alternância no poder e o respeito às instituições como algumas das mais preciosas bases da democracia, entende que é inaceitável que qualquer candidato, sobretudo na condição de presidente da República, lance suspeitas infundadas sobre o processo eleitoral e sobre a lisura da Justiça Eleitoral, tentando, assim, deslegitimar o resultado das urnas. No Jornal da Record, quando o repórter lhe perguntou se aceitará o resultado das eleições caso seja derrotado, Bolsonaro respondeu: “Olha, eu vou esperar os resultados”. Na seq

Editorial do Estadão, 25/09/2022

  Bolsonaro prejudica Bolsonaro No cenário atual, com inflação em queda e emprego em alta, qualquer presidente teria chances de reeleição, por isso se pode dizer que Bolsonaro não sobe nas pesquisas por ser quem é Notas&Informações, O Estado de S.Paulo 25 de setembro de 2022 | 03h00 O cenário econômico e social, se não chega a ser deslumbrante, é menos sombrio do que o observado até há alguns meses. À retomada do crescimento econômico juntou-se a expressiva queda da inflação e, sobretudo, a redução da taxa de desemprego. Há mais pessoas trabalhando hoje do que nas vésperas da eleição presidencial de 2018 e há menos brasileiros sem ocupação. Presidentes que se candidataram à reeleição enfrentaram problemas de diferentes naturezas, mas, ainda assim, tiveram êxito. No caso de Bolsonaro, porém, as pesquisas mostram que, apesar da melhora do quadro econômico, sua reeleição parece difícil. Fernando Henrique Cardoso, por exemplo, foi reeleito em 1998 a despeito de sérios problemas cam

Editorial do Estadão, 24/09/2022

A democracia não depende de Lula É legítimo advogar pelo voto útil, mas desqualificar intenção de voto que não seja em Lula é pouco democrático. Democracia é feita com liberdade de escolha, e não com oportunismos Notas & Informações, O Estado de S.Paulo 24 de setembro de 2022 | 03h00 É cada vez mais evidente o clima de constrangimento a quem não adere ao lulismo no primeiro turno. Em vários setores da sociedade, há uma desqualificação de toda intenção de voto que não seja no candidato do PT, tratando-a não apenas como apoio à reeleição de Jair Bolsonaro, mas como uma explícita atitude antidemocrática. Perante essa pressão rigorosamente inconstitucional, é preciso lembrar alguns pontos básicos sobre liberdade política e regime democrático. É plenamente legítimo advogar pelo chamado “voto útil” desde o primeiro turno. Faz parte da liberdade política a ponderação, a partir das informações trazidas pelas pesquisas de intenção de voto, entre os riscos e as oportunidades de cada escolh

Editorial do Estadão, 22/09/2022

Estadista de fancaria Em sua viagem à Grã-Bretanha e aos EUA, Bolsonaro confirma sua incapacidade de agir como chefe de Estado e sua dificuldade de respeitar os limites, seja o do decoro do cargo, seja o da lei Notas & Informações, O Estado de S.Paulo 22 de setembro de 2022 | 03h00 Em seu recém-encerrado tour pelo exterior, o presidente da República, Jair Bolsonaro, tinha dois compromissos como chefe de Estado: participar do funeral da rainha Elizabeth em Londres e da abertura da Assembleia-Geral da ONU em Nova York. Esteve nas duas solenidades, mas em nenhuma delas participou efetivamente como chefe de Estado. Usando dinheiro público e a estrutura da Presidência, Jair Bolsonaro não se comportou como representante do Brasil, mas como um líder de facção política, fazendo comícios eleitorais onde se exigia uma conduta de estadista. Diante de um histórico que inclui a imitação jocosa de um doente de covid com falta de ar, sabotagem do esforço para vacinar os brasileiros, propagand

Editorial do Estadão, 21/09/2022

  Os petistas, ora vejam, estão cansados Lula diz que o PT está ‘cansado de pedir desculpas’. A quem, não se sabe. Os brasileiros lesados pela corrupção e a inépcia petistas é que estão cansados de esperar pela contrição do PT Notas&Informações, O Estado de S.Paulo 21 de setembro de 2022 | 03h00 “O PT”, desabafou Lula da Silva à revista britânica The Economist, “está farto de pedir desculpas.” Talvez o tenha feito a portas fechadas, em absoluto sigilo, pois ninguém jamais viu um petista publicamente arrependido por ter participado de governos ineptos e corruptos. O PT, ao contrário, não se cansa de alardear a culpa alheia, mas os brasileiros se cansaram de esperar um mea culpa pelo mensalão, pelo petrolão ou pela recessão, que figuram com brilho entre os maiores casos de degradação moral e socioeconômica da República. O PT jamais se desculpou por sua irresponsabilidade em relação a quase todos os principais temas políticos e econômicos do País. Por exemplo, veio de Lula da Silv

Editorial do Estadão, 20/09/2022

  Comício infame Incapaz de sentir compaixão por seus compatriotas, Bolsonaro desrespeita o luto dos britânicos, usa funeral da rainha como palanque e, de quebra, volta a duvidar do sistema eleitoral Notas & Informações, O Estado de S.Paulo 20 de setembro de 2022 | 03h00 A pretexto de atender ao funeral de Estado da rainha Elizabeth II, o presidente Jair Bolsonaro viajou a Londres para fazer comício e produzir imagens para sua campanha pela reeleição. Trata-se de evidente abuso de poder político e econômico, o que impõe a aplicação de uma punição exemplar pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Não satisfeito, Bolsonaro ainda ampliou sua extensa folha corrida de crimes de responsabilidade ao difundir – mais uma vez sem provas – suspeitas sobre a segurança do sistema eleitoral do País, dizendo que, se ele não ganhar a eleição no primeiro turno, é porque “algo de anormal aconteceu no TSE”. Durante essa rápida e infame passagem pela capital do Reino Unido, Bolsonaro envergonhou a

Segundo Editorial do Estadão, 16/09/2022

  O fantástico país do sr. Aras Corretamente, a nova presidente do STF, Rosa Weber, disse que vivemos tempos ‘perturbadores’; para o PGR, porém, tudo vai bem; é esse alheamento que desprotege a Constituição Notas & Informações, O Estado de S.Paulo 16 de setembro de 2022 | 03h00 Na cerimônia de posse da nova presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Rosa Weber, na segunda-feira passada, o País assistiu a uma das situações mais peculiares – e preocupantes – do atual cenário institucional brasileiro: o alheamento da Procuradoria-Geral da República (PGR) em relação à realidade. Em seu discurso, o procurador-geral da República, Augusto Aras, disse que não vê nada de anormal nos tempos atuais. Tudo estaria absolutamente tranquilo e em ordem. Em seu discurso de posse, a nova presidente do STF reconheceu que “vivemos tempos particularmente difíceis da vida institucional do País, tempos verdadeiramente perturbadores, de maniqueísmos indesejáveis”. Ainda que contundente, a a

Editorial do Estadão, 16/09/2022

  O darwinismo social de Bolsonaro O corte drástico do Programa Farmácia Popular, antes de ser um ‘desencaixe’ acidental da democracia, na definição de Paulo Guedes, expressa a essência do governo bolsonarista Notas & Informações, O Estado de S.Paulo 16 de setembro de 2022 | 03h00 O governo Jair Bolsonaro tem facilitado a vida dos candidatos que disputam com ele a Presidência da República. Para conquistar votos, as equipes de campanha não precisam apelar a um marketing agressivo ou às fake news que levaram o presidente ao Palácio do Planalto em 2018. Basta ler a proposta que sua administração elaborou para o Orçamento de 2023. Não há peça que deponha mais contra sua gestão e que exponha o tamanho das contradições de suas promessas eleitoreiras do que o documento formal enviado ao Congresso no fim de agosto. Na proposta, o Executivo já havia sido incapaz de garantir a manutenção do Auxílio Brasil em R$ 600, tema central da campanha, e teve que fixá-lo em R$ 400, tudo para garantir

Editorial de O Globo, 15/09/2022

Agressões a jornalistas são inadmissíveis Deputado bolsonarista que agrediu colunista do GLOBO deveria ser expulso do partido e da Assembleia Por Editorial 15/09/2022 00h05 Atualizado 15/09/2022 São inadmissíveis em quaisquer circunstâncias agressões como a sofrida pela jornalista Vera Magalhães , colunista do GLOBO e apresentadora da TV Cultura, no debate entre candidatos ao governo de São Paulo na noite de terça-feira. Vera foi alvo de ataques do deputado estadual bolsonarista Douglas Garcia (Republicanos), integrante da comitiva do candidato a governador Tarcísio de Freitas. Num momento em que ela trabalhava numa área reservada à imprensa, Garcia se aproximou e, gravando a cena munido de um celular, passou a xingá-la, a cobrar a divulgação de informações sobre sua remuneração — que já é pública — e repetiu uma frase agressiva e descabida usada pelo presidente Jair Bolsonaro em resposta a uma pergunta de Vera no último debate presidencial. Só pôde ser contido pela segurança do even

Segundo Editorial do Estadão, 15/09/2022

Tesourada na saúde popular Corte de recursos do Farmácia Popular no Orçamento de 2023 é terrível, mas não surpreende, ante o histórico de desprezo de Jair Bolsonaro pela saúde dos mais necessitados Notas & Informações, O Estado de S.Paulo 15 de setembro de 2022 | 03h00 Em mais um golpe contra a saúde dos brasileiros, o presidente Jair Bolsonaro decidiu cortar cerca de 60% da verba do Programa Farmácia Popular, destinado à distribuição de remédios gratuitos ou parcialmente financiados pelo governo, além de fraldas geriátricas. Fixado inicialmente em R$ 2,04 bilhões, o gasto previsto para esse programa foi reduzido na proposta orçamentária de 2023, enviada ao Congresso no fim de agosto. Com isso, dificulta-se o acesso a medicamentos para hipertensão, diabetes e asma, entre outras doenças, enquanto se preservam os muitos bilhões do orçamento secreto, mantido graças ao entendimento entre o chefe de governo e seus apoiadores do Centrão. Todos os produtos da Farmácia Popular servem p

Editorial do Estadão, 15/09/2022

  O apito de cachorro Agressão de um deputado bolsonarista contra Vera Magalhães é consequência direta do ataque do presidente à jornalista, que ousou lhe fazer uma pergunta incômoda Notas & Informações, O Estado de S.Paulo 15 de setembro de 2022 | 03h00 O deputado estadual bolsonarista Douglas Garcia (Republicanos-SP) acossou a jornalista Vera Magalhães durante o debate entre os candidatos ao governo de São Paulo promovido anteontem pela TV Cultura. Na ocasião, disse que Vera era “uma vergonha para o jornalismo” – a mesma frase usada pelo presidente Jair Bolsonaro ao agredir a mesma jornalista durante recente debate entre candidatos à Presidência. O episódio não serve somente para confirmar o padrão bolsonarista de desrespeito a mulheres, a jornalistas profissionais e à imprensa independente. Foi uma oportunidade para ver, na prática, como o discurso virulento de Bolsonaro se presta a atiçar seus camisas pardas a transformar palavras em ação. É a versão bolsonarista do “dog whis

Editorial do Estadão, 13/09/2022

  ‘Voto útil’ para quem? Lula defende que eleitores de outros candidatos votem nele para derrotar Bolsonaro no 1.º turno; esse voto é ‘útil’ para o petista, mas não é necessariamente bom para a sociedade Notas&Informações, O Estado de S.Paulo 13 de setembro de 2022 | 03h00 O candidato Lula da Silva não quer apenas ganhar a eleição em outubro; ele quer ser eleito no primeiro turno, o que seria uma façanha inédita para o PT após mais de 30 anos de disputas pela Presidência. Nos últimos dias, aumentou a pressão da campanha de Lula pelo chamado “voto útil”. A questão é: o “voto útil” no petista, já no primeiro turno, é útil para quem, afinal? Para Lula, obviamente, é. No entanto, para o conjunto da sociedade, esse desfecho não é necessariamente bom. O “voto útil” é aquele que o eleitor escolhe dar, no primeiro turno, não a seu candidato preferido, mas àquele que é visto como mais capaz de derrotar o candidato que esse eleitor repudia. Assim, o “voto útil” aceleraria a derrota do cand

Editorial do Estadão, 12/09/2022

  O eleitor não é ingênuo Benefícios eleitoreiros não diminuíram a reprovação de Jair Bolsonaro. As altas taxas de rejeição dele e de Lula mostram maturidade do eleitor. Ele sabe o que faz mal ao País Notas&Informações, O Estado de S.Paulo 12 de setembro de 2022 | 03h00 Há muita desinformação e muita manipulação nas redes sociais, o que tensiona aspectos vitais do regime democrático. A mentira massiva não apenas difunde conteúdo inverídico, como corrói o ambiente de confiança tão necessário numa sociedade. Tudo isso pode produzir certo pessimismo em relação à qualidade da decisão do eleitor. De toda forma – e aqui está o ponto a ser destacado –, as pesquisas de opinião indicam que o eleitor não é ingênuo. Os quase quatro anos de governo Bolsonaro tiveram profundas e duradouras consequências na percepção do eleitor: metade da população diz que não votará em Jair Bolsonaro de jeito nenhum. A taxa de rejeição de Bolsonaro não é um fenômeno temporário, fruto de uma insatisfação pon

Segundo Editorial do Estadão, 10/09/2022

  Leilão pelo voto dos pobres Como se dinheiro público brotasse em árvores, Bolsonaro e Lula dão lances para ver quem compra o voto dos beneficiários do Auxílio Brasil, um programa que já é claramente eleitoreiro Notas & Informações, O Estado de S.Paulo 10 de setembro de 2022 | 03h00 Em uma das edições do programa eleitoral veiculada nesta semana, o presidente Jair Bolsonaro se comprometeu a viabilizar um pagamento adicional de R$ 200 aos beneficiários do Auxílio Brasil que arrumarem emprego. “Os mais de 20 milhões de brasileiros que recebem Auxílio Brasil de no mínimo R$ 600 agora receberão mais R$ 200 se começarem a trabalhar. Vai ser R$ 800 mais o salário do trabalho”, diz o locutor. A promessa é, evidentemente, inviável, mas nem por isso deve ser ignorada. Ela expõe uma tentativa de compra do voto da parcela mais vulnerável da população, revela uma visão absolutamente distorcida sobre a realidade vivenciada por essas pessoas e demonstra o quanto o governo subestima a inteligê

Editorial do Estadão, 10/09/2022

  As consequências do ódio Mais um assassinato de petista por bolsonarista é resultado da escalada retórica de Bolsonaro, para quem só a ‘raça’ dos ‘brasileiros de bem’ é digna do País; Lula também acirra os ânimos Notas & Informações, O Estado de S.Paulo 10 de setembro de 2022 | 03h00 O assassinato brutal de um petista por um bolsonarista em Mato Grosso, por causa de uma discussão sobre política, renova o temor de que o ódio alimentado por radicais esteja indo longe demais. A julgar pelo comportamento dos dois principais líderes políticos do País hoje, o petista Lula da Silva e o presidente Jair Bolsonaro, no entanto, o acirramento dos ânimos vai continuar, alimentando a espiral de violência a poucas semanas das eleições. O presidente Bolsonaro, por exemplo, não havia comentado o caso de Mato Grosso até o início da noite de ontem, mas, em discurso no Tocantins, foi especialmente truculento em relação ao PT e a Lula. Disse que o PT era uma “desgraça” e prometeu “varrer” o parti

Editorial do Estadão, 08/09/2022

Bolsonaro envergonha o País no Bicentenário Bolsonaro fez de tudo, exceto homenagear o Bicentenário. Aproveitou uma festa cívica para fazer descarada campanha eleitoral, usando recursos públicos e abusando de obscenidades Notas&Informações, O Estado de S.Paulo 08 de setembro de 2022 | 03h00 Era para ser um dia de grande festa cívica. O País comemorava o Bicentenário da Independência. Mas o presidente da República preferiu fazer campanha eleitoral, em uma lamentável confusão de âmbitos, com utilização político-partidária de recursos públicos e profusão de obscenidades. Jair Bolsonaro imprimiu ao 7 de Setembro o exato caráter de seu governo: uma administração que divide, envergonha e dá de ombros à lei e à moralidade. Ontem, Jair Bolsonaro fez de tudo, exceto homenagear o Bicentenário. Não tem a mínima ideia do que significa ser chefe de Estado. No evento em Brasília, em dado momento, escanteou o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, para colocar a seu lado, em posição

Editorial do Estadão, 05/09/2022

  O incrível país que vai bem e vai mal Ao cogitar a renovação do inventado estado de calamidade para manter o Auxílio Brasil em R$ 600 em 2023, Guedes e Bolsonaro têm de decidir se o País está em crise ou ‘bombando’ Notas & Informações, O Estado de S.Paulo 05 de setembro de 2022 | 03h00 No dia seguinte à apresentação de um Orçamento que explicitou a incapacidade de fazer valer sua principal promessa de campanha, o presidente Jair Bolsonaro disse que o Executivo poderá recorrer novamente a um estado excepcional para manter o piso do Auxílio Brasil em R$ 600 em 2023 sem ter de justificar o descumprimento de regras fiscais e orçamentárias. “Se a guerra continuar lá fora, continuamos em emergência aqui da mesma forma”, disse Bolsonaro. Pouco antes, o ministro da Economia, Paulo Guedes, já havia deixado claro que compactua com o uso dessa manobra. “Se a guerra da Ucrânia continua, prorroga o estado de calamidade, e aí você continua com R$ 600”, afirmou. Diante do fato de que essa sol