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Mostrando postagens de setembro, 2010

Bingo! Para ficar na história!

O mal a evitar A acusação do presidente da República de que a Imprensa “se comporta como um partido político” é obviamente extensiva a este jornal. Lula, que tem o mau hábito de perder a compostura quando é contrariado, tem também todo o direito de não estar gostando da cobertura que o  Estado , como quase todos os órgãos de imprensa, tem dado à escandalosa deterioração moral do governo que preside. E muito menos lhe serão agradáveis as opiniões sobre esse assunto diariamente manifestadas nesta página editorial. Mas ele está enganado. Há uma enorme diferença entre “se comportar como um partido político” e tomar partido numa disputa eleitoral em que estão em jogo valores essenciais ao aprimoramento se não à própria sobrevivência da democracia neste país. Com todo o peso da responsabilidade à qual nunca se subtraiu em 135 anos de lutas, o  Estado  apoia a candidatura de José Serra à Presidência da República, e não apenas pelos méritos do candidato, por seu currículo exemplar de homem pú

Nunca é tarde para reagir

MANIFESTO EM DEFESA DA DEMOCRACIA Numa democracia, nenhum dos Poderes é soberano. Soberana é a Constituição, pois é ela quem dá corpo e alma à soberania do povo. Acima dos políticos estão as instituições, pilares do regime democrático. Hoje, no Brasil, os inconformados com a democracia representativa se organizam no governo para solapar o regime democrático. É intolerável assistir ao uso de órgãos do Estado como extensão de um partido político, máquina de violação de sigilos fiscais e de agressão a direitos individuais. É inaceitável que a militância partidária tenha convertido os órgãos da administração direta, empresas estatais e fundos de pensão em centros de produção de dossiês contra adversários políticos. É lamentável que o Presidente esconda no governo que vemos o governo que não vemos, no qual as relações de compadrio e da fisiologia, quando não escandalosamente familiares, arbitram os altos interesses do país, negando-se a qualquer controle. É inconcebível que uma das ma

Nem tudo são flores, como afirma o Presimente Lulla

Um resumo do Brasil 11 de setembro de 2010 | 0h 00 - O Estado de S.Paulo No que tem de bom, a mais recente Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) - que retrata as condições de vida dos brasileiros, vistas por diferentes ângulos -, relativa a 2009, nada tem de novo. Confirma que, mesmo em ano de crise, a renda dos brasileiros continuou a melhorar, mais 1 milhão de pessoas deixaram a faixa de pobreza, o consumo das famílias se expandiu e o uso de aparelhos eletrodomésticos se intensificou. Por esses indicadores, a vida dos brasileiros melhorou. Mas a Pnad revela outros aspectos das condições sociais do País - menos auspiciosos. O que causa preocupação é aquilo que a pesquisa tem de novo, e que mostra a baixa eficácia das políticas públicas em uma área a que o governo afirmou ter dado prioridade - a de saneamento básico. Menos da metade dos domicílios dispõe de coleta de esgotos. A ausência desse serviço resulta nas más condições de higiene que provocam as doenças responsáveis

Editorial do Estadão - 03/09/10

O procedimento dos interessados em ter acesso a declarações de renda da empresária Verônica Serra, filha do candidato tucano ao Planalto, destoa do que, tudo indica, tenha sido o padrão seguido nas violações do sigilo fiscal do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge Caldas Pereira, e de três outras pessoas ligadas ao ex-governador. Nesses episódios, para obter o que queriam, os predadores da intimidade alheia contavam com afinidades políticas ou a ganância de servidores da agência da Receita em Mauá, na Grande São Paulo - uma verdadeira casa da mãe joana, com senhas individuais expostas e documentos eletrônicos ao alcance das vistas de qualquer um. No caso de Verônica Serra, que antecedeu os dos demais em cerca de uma semana (de 30 de setembro a 8 de outubro do ano passado), o método seguido foi mais complicado na urdidura e mais simples no trâmite final. Alguém falsificou a assinatura da contribuinte - e o seu reconhecimento num cartório onde ela nem sequer tinha ficha - numa solicit

Editorial de O Globo - 03/09/2010

Era de se prever uma dura campanha eleitoral. Como todo grupo político, PT e aliados procuram estender o máximo possível seu projeto de poder. Os tucanos, por exemplo, aprovaram alteração constitucional para a reeleição de FH. Por que Lula, PT e partidos da base do governo não poderiam desejar algo semelhante? O problema está nos métodos petistas. O desenrolar da vida política brasileira desde a redemocratização sinalizava para um alto risco de ações subterrâneas. No final da campanha de 2006, com a tentativa de “aloprados” petistas — um deles, chefe da campanha do candidato do partido ao governo de São Paulo, Aloizio Mercadante — de comprar, com dinheiro vivo, um dossiê falso contra Serra, emergiu a ponta do bunker clandestino que atua além dos limites da lei e do estado de direito para sabotar adversários. Há pouco, um sindicalista dissidente desse grupo, Wagner Cinchetto, garantiu à “Veja” e ao “Estado de S. Paulo” que esse núcleo de “inteligência” age nas sombras desde 2002. Infeli

Precisa, como sempre

Culpa no cartório 02 de setembro de 2010 | 0h 00 Dora Kramer, dora.kramer@grupoestado.com.br - O Estado de S.Paulo   Quanto mais o governo tenta esconder, quanto mais a candidata Dilma Rousseff tergiversa, quanto mais a Receita Federal procura se explicar, mais suspeita fica essa história da quebra de sigilo fiscal na delegacia da Receita em Mauá (SP). Nesta altura da confusão em que até a filha do candidato José Serra entrou no caso, não é possível deixar de desconfiar de que há motivações espúrias que se reveladas poderiam trazer prejuízos à campanha presidencial governista. Das artimanhas do Planalto para fugir do assunto, a última envolve o ministro da Fazenda, Guido Mantega, cuja filha recentemente foi envolvida numa dessas escaramuças de espionagem petista. Na ocasião Mantega e, por extensão, a filha foram defendidos pelo tucano Serra em seu direito à privacidade. O esforço de parlamentares governistas ontem para derrubar a tentativa de convocação do ministro da Fazenda ao Congre

Todos são Francenildo no Brasil da Dilma

Da Folha de São Paulo: Para uma plateia de 2.000 pessoas que tomou a casa de shows Credicard Hall, em São Paulo, em evento organizado pela campanha de Geraldo Alckmin (PSDB), Serra praticamente relançou sua candidatura. Durante 42 minutos, acompanhado por líderes tucanos e de partidos aliados de vários Estados, Serra chamou petistas de  "fascistas" , disse que Dilma é uma "fraude"  e que a campanha adversária optou pela  "sordidez" . Principalmente, usou pela primeira vez na campanha, de forma explícita, o caso da quebra de sigilo do caseiro Francenildo Costa, que não vinha sendo usado por conta de sua boa relação com Antonio Palocci, ex-ministro da Fazenda e pivô do caso. Ao fim do discurso, escrito horas antes do evento, chorou, tendo as lágrimas enxugadas pela mulher, Monica. Um integrante da campanha disse, anteontem, que o evento ficaria conhecido como o  "dia da virada".  Parte do discurso foi improvisado. A menção a Francenildo, por exe