Justiça seja feita

O candidato Lula, em sua campanha, procura comparar seu governo ao de Fernando Henrique Cardoso. Com isto, e falseando muitos números, quer demonstrar ter sido melhor presidente que seu antecessor. A história haverá de reconhecer FHC como um dos maiores estadistas que o Brasil já teve. A sua primeira grande obra foi interromper o processo inflacionário, que cobrava um tributo injusto do povo, em especial dos mais pobres que recebiam, ao fim do mês, um salário já corroído pela inflação. Outra grande conquista no seu governo foi a Lei de Responsabilidade Fiscal. Ela impôs, ao administrador público, regras a serem observadas no gasto do dinheiro do povo e tornou as obrigações dos gestores mais rigorosas e transparentes. Estas duas conquistas justificariam todo o seu governo. Entretanto, outras se destacam. Deu visibilidade ao Brasil na comunicade internacional, projetando-o como um país sério. Participava de encontros com governantes do mundo inteiro, com os quais conversava de igual para igual, dada sua capacidade intelectual privilegiada e o respeito com que era recebido. Implantou o programa de erradicação do trabalho infantil - PET, que tirou do trabalho indevido milhares - ou milhões - de crianças. Lamentavelmente, no atual governo o trabalho infantil cresceu, o que demonstra o pouco apreço que ele tem para a questão. Criou o Bolsa Escola, pelo qual as famílias recebiam uma ajuda mensal em dinheiro como contrapartida pela manutenção dos filhos nas escolas e acompanhamento de sua evolução por parte dos pais. Era um programa que, ao mesmo tempo em que promovia auxílio financeiro aos necessitados, cobrava a contrapartida da promoção da educação, único meio de superar a miséria. Em suma: dava o peixe face à urgência da fome, mas ensinava a pescar, para que o cidadão pudesse se libertar do Estado, conduzindo sua vida com inteira liberdade e sem dependência do governo, como deve ser nas democracias. Este foi o governo de Fernando Henrique Cardoso, a quem a história fará justiça. Quanto ao atual presidente, por certo ficará conhecido como aquele que não sabia de nada, não via nada, não assumia responsabilidade por nada e que teve inúmeros ministros e auxiliares diretos e indiretos denunciados por corrupção.

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