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Juiz ameaça de prisão policial ao receber multa

Michelle Sousa

Direto de João Pessoa
Um retrovisor quebrado, uma multa e a retenção de documentos deram começo a confusão envolvendo um policial rodoviário federal na Paraíba e o juiz Marcial Henrique Ferraz que, mesmo errado, ameaçou o policial de prisão por abuso de poder, acionando as polícias civil e militar.

O fato ocorreu no posto da Polícia Rodoviária Federal de Mamanguape, a 23 km da capital João Pessoa. O juiz, que é da comarca de Jacaraú, foi obrigado a parar o veículo e, por estar com um dos retrovisores quebrado, recebeu uma multa.

Marcial Ferraz teria se negado a assinar a multa e, por isso, teve os documentos apreendidos. Ele interpretou a ação do policial como abuso de poder e se dirigiu à cidade de Mamanguape para solicitar o apoio das polícias civil e militar.

Acompanhado de um capitão da PM e do delegado Fernando Cleiton, Marcial Ferraz voltou ao posto da Polícia Rodoviária Federal, anunciando a intenção de prender o patrulheiro. Segundo a PRF, a confusão mobilizou muitas viaturas da PRF, além das polícias militar e civil. O clima de tensão se desfez depois que o juiz verificou o Código Nacional de Trânsito e se convenceu que estava errado.

Marcial Ferraz admitiu que é proibido dirigir automóvel com equipamentos danificados e que o caso é passível de multa. Ele acatou a multa e o patrulheiro não foi preso.

O juiz merece um corretivo. Poderia ser obrigado a pagar toda a despesa de mobilização das forças policiais (a que chamou e a que deu apoio ao PRF). E receber uma suspensão para reciclagem em direito, considerando que admitiu não conhecer a legislação que, em tese, ele deve aplicar como juiz.

Comentários

Anônimo disse…
É, realmente sujeito despreparado. Entretanto, tem duas posições a ser considerada. Claro que não deveria o juiz ter aprontado esse pampero todo, mas, olhando bem, quantos no lugar dele iria, depois de ver que estava errado, voltar atrás e reconhecer? Acho mesmo que deveria ser ao menos advertido por ter mobilizado toda a força a sua mercê. Mas pelo menos, ao final, reconheceu o erro, coisa rara "neztepaiz". Segundo: poderia o PRF querer apreender os documentos do motorista porque este se recusou a assinar a multa? Penso que não. Mas é um exemplo de que a ética (dentro para fora) e a moral (fora para dentro) devem mesmo estar no ponto central das discussões em nossa sociedade. Essa explosão demográfica nos obriga a reavaliar os conceitos sociais. Que sirva de lição o exemplo desse juiz.

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