Opinião: Um assalto aos nossos bolsos |
Lenta, mas inexoravelmente, vai sendo perpetrado mais um assalto ao bolso de todos os brasileiros com a possível prorrogação dessa ignomínia denominada CPMF, a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira.
Sem a menor cerimônia, petistas de todos os matizes defendem o imposto com unhas e dentes. Lula defende o indefensável dizendo que "é preciso separar os que querem fazer discurso sério e querem debater, daqueles que querem fazer carnaval".
Sobre discurso sério e carnaval, basta remeter nosso ilustre presidente a um passado recente. Há seis ou sete anos, um líder então promissor vociferava contra a CPMF, execrando o imposto em praça pública. Essa figura que então projetava peregrinas virtudes chama-se Luiz Inácio Lula da Silva. Bastou sentar naquele trono em Brasília para mudar de opinião. E como mudou... em quase tudo. Talvez ele queira chamar de carnaval as suas mudanças de idéia, que não foram poucas.
Nesse caso, Lula não mudou sozinho. Carregou consigo seu séquito. Basta relembrar opiniões de ilustres petistas que execravam a CPMF e agora a classificam como a salvação da pátria. Em 1998, o deputado petista Arlindo Chinaglia dizia: "Queremos alertar para o fato de que o Partido dos Trabalhadores votou contra a CPMF e não temos nenhum motivo para alterar sua opinião". Já o príncipe dos economistas do PT, Aloizio Mercadante, sentenciava, em 1999: "Chega de mais impostos, chega dessa estrutura tributária deformada e burocrática".
E o deputado José Genoino perpetrava a seguinte pérola: "A oposição coloca-se contrária à CPMF por razões globais, pela visão de um outro modelo econômico, diverso desse que o presidente Fernando Henrique Cardoso adota". Num país de política mais séria, essa frase do ex-presidente do PT bem que poderia se tornar o epitáfio do partido.
Não se pode omitir que a atitude tucana não difere muito da mutação petista. No governo FH, o PSDB também apoiou e defendeu a CPMF. E se reparamos bem o que ocorre nestes dias em território tucano, vamos constatar que muitos portadores de rica plumagem não mudaram muito de idéia. Mesmo do alto de seu muro, dialogam com o governo em tertúlias e rega- bofes, sobre a possibilidade da manutenção do imposto. Alguns talvez se encantem com o trinar das sereias petistas. Outros parecem possuídos pela Síndrome de Estocolmo, que faz o seqüestrado amar seu seqüestrador.
Só a população não foi convidada para o nobre conchavo da CPMF. Esqueceram-se apenas daqueles que vão pagar a conta. Estão fora do banquete. Pelos argumentos usados em defesa da CPMF, os governistas, decerto, superestimam a burrice dos brasileiros.
Além de desenharem o caos se a emenda da prorrogação não for aprovada, repetem com a maior desfaçatez que o imposto beneficia os mais pobres. Vale parafrasear o nosso ilustre presidente, nunca na história deste país houve imposto pior que a CPMF, um imposto cruel, cuja incidência aumenta de maneira inversamente proporcional à renda das pessoas. É simplesmente falacioso o argumento que os trabalhadores não pagam CPMF porque são isentos no recebimento dos salários. Ora, o trabalhador paga CPMF em tudo o que compra e nos serviços que consome.
Outro argumento usado pelos governistas é que vai faltar dinheiro para o social. Faltar dinheiro para um governo que vem aumentando desmedidamente seus gastos? Faltar dinheiro para quem torra milhões para criar mais uma televisão estatal? Ou vai faltar dinheiro para quem anuncia a contratação de 60 mil funcionários no ano que vem?
(fonte: Jornal do Brasil, 28/10/07) |
Artigo de André Lajst, O Globo, 21/01/2024
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