Capitanias hereditárias continuam a existir na Banânia

Brasília - Em uma cerimônia com ares de campanha, a presidente Dilma Rousseff fez ontem vários acenos ao Congresso ao agradecer a inclusão de uma emenda que ela mesma tinha vetado anteriormente numa medida provisória. Dilma sancionou a MP 615, que, entre outras medidas, assegura aos taxistas passar hereditariamente suas permissões. 

Comento: A lei, em si, é um absurdo. O serviço de táxi é permitido sempre em caráter provisório e precário pela administração pública. Transformar tal permissão em direito patrimonial, hereditário, atribuindo aos herdeiros o direito de continuar o serviço prestado é um absurdo jurídico. Além de ser, evidentemente, medida eleitoreira da gerentona e dos parlamentares que a aprovaram.

Mas, como neste país, tudo parece que é feito hereditariamente (pena que não temos mais a monarquia, derrubada em 1889 por um golpe militar), poderiam então também estabelecer, em lei, o que já é costumeiramente praticado aqui na Banânia: filho de desembargador é juiz por direito hereditário, filho de político é político, filho de promotor é promotor, etc. etc. Vamos por tudo no texto legal, assim acabamos com a hipocrisia que impera ao sul do Equador. E quem sabe filho de advogado também não tenha o direito hereditário de prosseguir na profissão do pai?

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