Postagem muito boa

RESSACA ESQUERDISTA BRASILEIRA
Nós não votávamos na esquerda porque acreditávamos realmente na possibilidade de êxito econômico de suas propostas. Em primeiro lugar, porque não havia propostas. Além disso, simplesmente nada do que era pregado era factível: controle pelo governo dos meios de produção, ditadura do proletariado etc.
Mas votávamos, ainda assim. Por quê? Acreditávamos que por trás daquela ingenuidade técnica – em especial, econômica – havia muita boa-fé. Em suma: melhor votar num honesto talvez tecnicamente inepto do que num sujeito brilhante, mas não exatamente tão ilibado. Era assim que pensávamos, não é? E demos com os burros n'água.
Votamos em ineptos corruptos.
Daí veio a ressaca, nossa ressaca, aquela dor de cabeça digna de licor de menta, ou algo mais avermelhado, com notas bolcheviques. Uísque ideológico falso de procedência totalmente desonesta.
E, ainda por cima, na falta de qualquer idéia econômica própria, trataram de acentuar o que havia de mais ortodoxo naquilo que até antes da própria posse denominavam "neoliberal". A desculpa era boa (porém desonesta, como tudo que viria a ser feito): "é preciso fazer assim, para não haver impactos".
Para piorar, além de acentuar o que atacavam até então, chamaram para comandar o processo uma figura da própria "turma inimiga". Isso seria algo ruim, mas no fim das contas é bom, pois prevaleceu o interesse cívico. Tanto melhor. Fica, claro, a prova dos nove para os que ainda tinham alguma esperança quanto à capacidade técnica dos integrantes da legenda recém-empossada.
Mas tudo é propaganda. Tanto que o Orçamento da União foi batizado de "PAC", e a Casa-Civil – cargo eminentemente político (cuja prerrogativa consiste em nomear pessoas para ocupar cargos) é tratado pelo governo como cargo técnico. O povo engole, parte da imprensa – em geral, a comprada – engole. E fica assim.
A ressaca veio antes.
Sabíamos, sejamos francos, da inépcia técnica. Com a nomeação de Henrique Meirelles e todos os técnicos suprapartidários, restava a esperança de que ao menos não houvesse roubalheira. Pelo menos, vá lá, não muita. Uma aqui, outra ali, com punições severas. Sim, podem rir, eu acreditava nisso.
É um Waldomiro daqui, um Delúbio dali, um dossiê acolá, cartões corporativos alhures e, depois de relutar contra fatos irrecorríveis, chegamos à triste conclusão: o partido que se pretendia ter o "monopólio da esquerda" não tem como falar da corrupção de ninguém. Ressaca da braba, porre de bagaceira ideológica.
Inépcia e corrupção? Muito pra cabeça de qualquer um.
Parece contraditório, mas é chocante nossa letargia, e berrante nosso silêncio, agora com o enriquecimento da Família Lula e a respectiva contraprestação bilionária governamental aos que deram milhões a Lulinha nessa aberração da BrTOi.
Há quem proponha flash mob para modificar a lei do Azeredo, ou proteste em razão de uma entrevista do Gilmar Mendes. Não fazem nada diante dessa patifaria toda da corrupção lulista.
É ressaca ou ainda o porre ideológico?


(Copiado do Blog Imprensa Marrom)

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