Desânimo

Há quinze dias não posto qualquer matéria no blog. Não é preguiça, não. Nem falta de tempo. É desânimo, mesmo. Nosso estado policial, somado ao reconhecimento do ministro da justiça de sua incapacidade para frear ao menos a escuta telefônica clandestina, sem que sua admissão resulte no seupedido de exoneração (ou sua demissão sumária, que seria mais adequado); O princípio constitucional da presunção da inocência sendo pisoteado pela associação dos magistrados brasileiros, numa evidente manobra para uma platéia de eleitores analfabetos ou semi-analfabetos; Juízes negando acesso de advogados aos inquéritos policiais, obrigando-os a recorrer ao STF para conseguir exercitar esse direito básico de qualquer defensor e indiciado, numa manifestação trágica de desrespeito à Constituição; pessoas sendo presas sem que lhes seja dado conhecimento da acusação; juízes eleitorais censurando a tudo e a todos, não permitindo o exercício da liberdade de expressão e pensamento por parte dos candidados e eleitores; magistratura fazendo abaixo-assinados contra o presidente do Supremo Tribunal Federal, sob a desculpa de defender a autonomia e independência de suas decisões, como se esta só não existisse para o presidente da mais alta corte de justiça do país, num claro desrespeito à hierarquia; enfim, todas estas mazelas típicas de uma republiqueta de banana em que uma casta de privilegiados aboletados no poder pensa que os demais são incapazes e só servem para pagar impostos para eles receberem seus polpudos vencimentos. Não é para desanimar?

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